E a resposta é: nem sempre!
Os cães falam, mas na própria linguagem deles. Eles falam com o corpo. E é preciso compreender os sinais que eles estão emitindo. Há um conjunto de sinais muito específicos, chamados Sinais de Apaziguamento, identificados e explicados pela Dra. Turid Rugaas (que tem um livro sensacional chamado On Talking Terms with Dogs: Calming Signals) que os cães usam para demonstrar que estão desconfortáveis em uma situação (ou com uma pessoa, outro cão…). Esses sinais demonstram que os cães não estão de acordo com o que está acontecendo naquele momento.
Alguns desses sinais são: desviar o olhar, virar a cabeça, virar o corpo, afastar-se, bocejar, lamber os lábios, levantar a pata dianteira, e até deitar de barriga para cima. Imagina que eu chego na casa de um aluno novo, que nunca me viu, e eu vou na direção dele e ele emite alguns desses sinais. Muito provavelmente ele está demonstrando que está com medo de mim, ou no mínimo desconfortável. Cabe a mim saber identificar e interpretar esses sinais.
Inclusive, a tal “barriga pra cima” é um dos comportamentos/ posição do corpo que MAIS GERA ERRO DE INTERPRETAÇÃO nas pessoas e que, ao fazer carinho em um cão que, na verdade, está pedindo espaço, pode resultar até em mordida. Repare na imagem abaixo, você diria que ambos os cães estão felizes, relaxados e esperando ansiosamente por um afago?
Porem, não basta apenas compreender uma informação transmitida pelo seu cão. É preciso saber o que fazer com ela. Ao perceber que seu cão está desconfortável, o que você faz? Mantém ele naquela situação ou respeita o que ele está te “pedindo”, se afastando, ou dando suporte emocional a ele?
Sim, eu sei que em algumas situações será inevitável “ir contra” seu cão – não podemos deixar de vaciná-los né? Mas, com um bom planejamento, podemos ensinar os cães a passar por essas situações obrigatórias sem medo. Já contei que o Pingo, quando vê que estou com o cortador de unhas na mão, me dá a pata (voluntariamente) para eu cortar as unhas dele? E olha que ele era um cachorro que mordia quando eu encostava nas patas dele logo que ele chegou aqui em casa.
Aprender a “Falar Cachorrês” é o primeiro passo para uma boa relação com os caes. Os passos seguintes a gente te conta em outros textos. Até lá!
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